Edimilson de Almeida Pereira estreia na José Olympio com livro de poemas dedicado a seu amigo Milton Nascimento, que completa 80 anos.
Um ano após vencer, com livros diferentes e em um intervalo de quinze dias, o Prêmio São Paulo e o Oceanos, Edimilson de Almeida Pereira, um dos escritores contemporâneos mais renomados, estreia na Editora José Olympio com O som vertebrado. Organizado em quatro partes – “Mapa em colapso”, “O som vertebrado”, “Escavações” e “Porte étoile” –, o livro apresenta quarenta e cinco poemas inéditos, que dialogam com forças naturais, humanas, maquínicas e espirituais.
Nestas páginas, despontam cantos advindos dos mais de quatrocentos anos de trabalho de escavação nas terras de Minas Gerais. Os ecos desse ofício ainda estão impressos no relevo, nos animais, nas construções e nas pessoas; e são expostos aqui nas palavras do premiado escritor Edimilson de Almeida Pereira.
Conforme Evando Nascimento indica no texto de orelha do livro, “Trata-se de experiência outra, diferencial, de um poeta latino-americano, cuja textualidade se faz por matrizes ocidentais e não ocidentais, rompendo com os imaginários limites geográficos. [...] É uma poesia que passa incessantemente do individual ao coletivo, e vice-versa. Sobressai-se, desse modo, uma inteligência extremamente sensível, reunindo humanos, minerais, plantas e animais, por vezes numa mesma dor. [...] Dedicado a nosso trovador maior, Milton Nascimento, O som vertebrado se afirma como uma cosmopolítica babélica, com signos disseminados em defesa da vida nas mais variadas feições”.
SOBRE O AUTOR:Edimilson De Almeida Pereira (Juiz de Fora/MG, 1963) é poeta, prosador, ensaísta e professor de literatura na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Publicou, entre outros, Mundo encaixado: significação da cultura popular (Mazza Edições, 1992), E (Patuá, 2017), Poesia+ antologia 2015–2019 (Editora 34, 2019) e A vida não funciona como um relógio (infantojuvenil, Quelônio, 2022). Lançadas em 2020, suas obras de ficção tiveram grande repercussão crítica. No ano posterior, Edimilson de Almeida Pereira venceu o Prêmio Oceanos por O ausente (Relicário), foi semifinalista, da mesma edição do Oceanos, com Um corpo à deriva (Edições Macondo), e foi laureado com o Prêmio São Paulo de Literatura por Front (Nós Editora).