O novo romance de Vidal Porto nos conduz ao século XVII, quando a homossexualidade era um crime cuja punição resultava, às vezes, em uma viagem forçada ao Brasil. Misturando fatos históricos com fábula selvagem, o autor discute temas atuais sem nunca perder sua verve irônica.
O quarto romance de Alexandre Vidal Porto, conhecido pelo seu estilo límpido para tratar de cenas contemporâneas, retorna vários séculos para narrar a saga de Delgado, um violeiro de Évora que chegou a Salvador no ano de 1669, degredado pelo crime de sodomia — um código para homossexualidade.
É em território brasileiro, com seu passado apagado, que Delgado se reinventa como comerciante, assume um casamento de fachada e se joga nos deleites carnais com os belos rapazes que cruzam seu caminho.
Misturando um falso português arcaico e a linguagem oral de hoje, Sodomita desbrava temas atuais — da laicidade do Estado aos resquícios da escravidão — em uma roupagem inusitada e divertida.
“Sodomita não é um livro de época ou um simples romance histórico, porque fala de questões até hoje relevantes — tirania, opressão, desejo, esperança — com um narrador zeloso, comovido pelo que vê e imbuído de nos saciar com boa água estética.” — Andréa Del Fuego
SOBRE O AUTOR: ALEXANDRE VIDAL PORTO passou a infância em São Paulo e a juventude em Fortaleza. Como diplomata, viveu em Brasília, Nova York, Santiago, Washington, Cidade do México, Frankfurt e Tóquio. É mestre em direito por Harvard. Foi colunista do jornal Folha de S. Paulo e blogueiro da revista Bravo!. Publicou os romances Matias na cidade (2005), reeditado pela Companhia das Letras em 2023, Sergio Y. vai à América (2014), vencedor do Prêmio Paraná de Literatura, e Cloro (2018), finalista do prêmio Jabuti.