Por meio da música, a mimese revela formas diferentes de compreender nossa experiência diante da arte em geral, pois ela prioriza o processo, necessariamente dinâmico, jamais idêntico, jamais cópia, que ocorre, por exemplo, no encontro de estruturas e formas musicais – como melodia ou ritmo –, com os afetos, as sensações e as representações. A instalação e a desinstalação de correspondências entre cores e sons, imagens e sensações, ritmos e afetos é sim uma ação criativa, pois cada receptor é único e orientador, até certo ponto, de sua experiência e de como retransmiti-la. O livro de Leonardo Aldrovandi transcende, desse modo, as controvérsias históricas, desnudando o engenhoso e fascinante domínio da criatividade humana. SOBRE O AUTOR: É escritor, compositor e professor; pós-doutor pela Unicamp e Unesp, fez doutorado em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP. Membro-criador do grupo catalão “***” de arte, trabalhou na produção e criação musical de espetáculos em Barcelona, Avignon e Lisboa. No Brasil, produziu e criou espetáculos como Teares da Memória Sonora (2008) e projetos de criação e mediação, como Retrato Sonoro, no Centro Cultural São Paulo (2011), além de ser autor de composições para solistas, orquestras (USP e Unicamp) e grupos de câmara. Como escritor, recebeu os prêmios Jabuti de poesia, por Da Lua Não Vejo Minha Casa (Demônio Negro, 2015), e Proac de criação literária, por Voos, Penas e Bicos (Demônio Negro, no prelo). Como ensaísta e teórico, publicou O Sonoro e o Imaginável (Lamparina Luminosa, 2014).